Você já parou pra pensar em como seria uma semana de 4 dias de trabalho?
Em novembro, o Brasil se juntará ao Reino Unido, Portugal e África do Sul na redução da jornada de trabalho semanal para quatro dias, totalizando 32 horas por semana. A iniciativa é liderada pela organização 4 Day Week Global, que também conduz projetos-piloto em outros países.
O teste no Brasil durará seis meses e contará com a parceria da consultoria de felicidade corporativa Reconnect Happiness at Work e do Boston College. O objetivo é aumentar a produtividade no país.
Mas como esse projeto vai funcionar na prática? Haverá mudanças na remuneração dos trabalhadores? Quais empresas participarão desta pesquisa?
Vamos responder estas e outras perguntas a seguir no blog da mywork. Continue a leitura para saber mais!
No Brasil, empresas testarão a jornada de trabalho de quatro dias por semana após sua aprovação no Reino Unido. O experimento terá início em novembro deste ano (2023) e se estenderá por seis meses, até abril de 2024.
A iniciativa “4-Day Week Global” (quatro dias por semana) é conduzida em todo o mundo em parceria com a Reconnect Happiness at Work e segue o modelo 100-80-100, no qual o profissional recebe 100% do salário trabalhando 80% do tempo em troca de um compromisso de manter 100% de produtividade.
O projeto “The 4-Day Week Global” está sendo testado em diversos países, envolvendo 91 empresas e aproximadamente de 3.500 trabalhadores de seis nações, compostas por Austrália, Canadá, Estados Unidos, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido.
Além disso, o “The 4-Day Week Global” conta com a colaboração de pesquisadores de renomadas instituições acadêmicas, como a Universidade de Cambridge, Universidade de Oxford e Boston College.
A redução da jornada de trabalho é uma busca por maior bem-estar entre os colaboradores de uma empresa. No Brasil, sessões informativas serão realizadas entre junho e julho.
De acordo com Gabriela Brasil, líder de comunidade da 4-Day Week Global, todas as empresas podem participar da pesquisa sobre a semana de 4 dias de trabalho. Não há exigências de tamanho ou faturamento para as empresas se inscreverem no programa. A organização busca compreender o modelo de trabalho da empresa interessada, seja ele híbrido ou 100% remoto, e o setor de atuação.
A intenção, segundo Brasil, é atingir uma ampla variedade de empresas, incluindo aquelas fora do eixo Rio-SP, sendo que o principal requisito é o interesse em participar. Durante a inscrição, serão avaliados os objetivos da empresa em relação aos testes.
A expectativa é de que entre 30 e 40 empresas participem no Brasil. Para fins de comparação, no Reino Unido, onde 92% das empresas participantes decidiram manter o modelo de trabalho reduzido, 61 empresas realizaram testes. Na África do Sul e no Canadá, aproximadamente 30 empresas participaram. Já nos Estados Unidos, cerca de 40 empresas participaram do projeto.
A Boston College realizará estudos durante esse período de testes e acompanhará a evolução do projeto.
Uma grande dúvida que surgiu a partir dos testes para uma semana de trabalho de 4 dias é: como fica a remuneração? Os trabalhadores vão ganhar menos neste modelo?
Como mencionamos anteriormente, essa modalidade de trabalho segue a ‘lógica’ 100-80-100, que significa que o profissional recebe 100% do salário trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.
Ou seja, apesar da redução de 20% do tempo de trabalho, os funcionários continuam recebendo os mesmos salários. De acordo com Renata Rivetti, que é CEO da Reconnect Happiness at Work, a ideia do projeto é redesenhar a gestão do tempo enquanto mantemos a produtividade.
A jornada de trabalho semanal de 4 dias não muda em nada os direitos dos trabalhadores. O salário, como você já viu, permanece o mesmo e a jornada se caracteriza como 4×3: 4 dias de trabalho e 3 de folga.
Atualmente, do ponto de vista legal, a jornada de trabalho deve ser de 8 horas diárias e pode chegar a 44 horas semanais. Além disso, a legislação prevê o descanso semanal remunerado uma vez por semana. Apesar disso, a lei não impede que as empresas sigam jornadas de trabalho menores, apenas proíbe jornadas maiores.
A Boston College vai avaliar parâmetros que as empresas já costumam estudar, como dados de metas de produtividade, dados financeiros, indicadores de bem-estar, rotatividade e outros fatores, sempre realizando uma análise comparativa antes, durante e depois da implementação da semana de quatro dias.
A 4 Day Week Global aplicará as mesmas técnicas de aumento de produtividade utilizadas nos testes realizados em outros países. Como primeira etapa, as reuniões serão redesenhadas para aumentar a eficiência e reduzir o tempo de comunicação síncrona entre as equipes. Em seguida, a gestão de tempo será repensada, incluindo a priorização de tarefas e a automatização de processos.
A 4 Day Week Global percebeu que a participação dos funcionários é fundamental para o sucesso do projeto, e não apenas das lideranças das empresas participantes. De acordo com Gabriela Brasil, quando os funcionários trabalham juntos para revisar processos, priorizar tarefas, repensar comunicação, espaços e tecnologias na empresa, a diferença é notável.
Dessa forma, o experimento não se trata apenas de como as equipes se comportarão trabalhando menos, mas principalmente de como aumentar a produtividade dos profissionais para que possam ter mais tempo livre.
Tudo indica que sim. Um dos maiores problemas atuais no mercado é o estresse no ambiente de trabalho e as doenças psicológicas e físicas causadas por ele, como depressão, ansiedade, problemas cardíacos, etc.
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicaram um relatório que mostrava que de 2000 a 2016 houve um aumento de 42% nas mortes por doenças cardíacas associadas à longas jornadas de trabalho.
Outros indícios também apontam que a semana de trabalho de quatro dias é o futuro, considerando que no passado as jornadas de trabalho foram muito maiores.
No século XVIII, os norte-americanos trabalhavam em média 70 horas semanais, o que se traduziria em 14 horas diárias de segunda a sexta-feira. Somente no século passado, as linhas de produção começaram a adotar a semana de 40 horas.
Hoje, especialistas indicam que a tendência é demandar dos funcionários entregas e resultados em tarefas específicas, que podem ser realizadas sem uma restrição de tempo específica.
Atualmente, o mercado de trabalho requer cada vez mais inovação, flexibilidade e criatividade, levando gestores do mundo todo a questionar os formatos de trabalho tradicionais e considerar a possibilidade de existir alternativas melhores.
Priorizar as pessoas pode beneficiar a todos, o que tem levado ao aumento do uso de sistemas digitais de recursos humanos nas empresas, como é o caso da mywork.
Embora a adoção da semana de trabalho de 4 dias seja uma tendência crescente, ainda há muitas dúvidas sobre como isso seria viável no dia a dia. O principal desafio é como melhorar a produtividade e garantir que os colaboradores produzam a mesma quantidade em menos tempo.
Será que isso é possível? A resposta é sim, mas para isso é necessário encontrar eficiência no trabalho diário, utilizando plataformas que centralizem informações, automatizem processos burocráticos e manuais e ofereçam mais autonomia aos funcionários.
Com a mywork você pode controlar o ponto de seus funcionários de forma online e totalmente automatizada, além de organizar períodos de férias com muita transparência e segurança jurídica. Clique aqui e teste gratuitamente durante 7 dias!
Usar ferramentas modernas de gestão de pessoas é uma forma de valorizar seus colaboradores e promover a inovação dentro do mercado de trabalho.
Se você acredita que a jornada de trabalho de 4 dias é o futuro e já quer tentar se adaptar a uma nova realidade organizacional, aqui estão algumas dicas de como você pode testar a semana de 4 dias de trabalho no seu negócio!
Antes de fazer qualquer mudança, é importante avaliar a viabilidade da semana de trabalho de 4 dias para a empresa. Isso pode envolver avaliar o impacto financeiro, a capacidade de manter a produtividade e a satisfação dos funcionários.
Comunicar-se com a equipe é fundamental para garantir uma transição tranquila. Isso pode envolver esclarecer os motivos da mudança, explicar como a nova programação funcionará e ouvir as preocupações dos funcionários.
É importante garantir que a carga de trabalho seja distribuída de maneira equilibrada e que as tarefas prioritárias sejam concluídas dentro do prazo. Isso pode envolver uma avaliação cuidadosa da carga de trabalho dos funcionários e a implementação de ferramentas para gerenciá-la de forma mais eficiente.
Uma das vantagens da semana de trabalho de 4 dias é a flexibilidade que ela pode proporcionar. Os funcionários podem ter horários de trabalho mais flexíveis e podem trabalhar em horários diferentes dos convencionais. Isso pode aumentar a satisfação e a produtividade da equipe.
A implementação de tecnologia pode ajudar a reduzir a carga de trabalho burocrática e liberar tempo para os funcionários focarem em tarefas mais importantes. Ferramentas de automação, plataformas de gerenciamento de projetos e softwares de colaboração podem ajudar a aumentar a eficiência da equipe.
É importante monitorar e avaliar regularmente os resultados para garantir que a semana de trabalho de 4 dias esteja funcionando da melhor maneira possível. Isso pode envolver a coleta de feedback dos funcionários, a avaliação de métricas de produtividade e a realização de ajustes conforme necessário.