Até o dia 20 de dezembro de 2021, o pagamento do 13º salário será responsável por injetar R$ 232,6 bilhões na economia brasileira, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Quando bem administrado, o recurso pode ajudar o trabalhador a equilibrar as finanças, tirar alguns planos do papel ou ser o primeiro passo para organizar o futuro financeiro.
Para isso, é importante definir como será usado o dinheiro. “Cair no descontrole financeiro no fim do ano é um risco iminente, ainda mais neste ano, que ainda enfrentamos reflexos de uma intensa crise”, alerta o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.
Na avaliação do consultor e educador financeiro Valdilei Jacob, a maneira correta de usar o 13º é aquela que ajuda o trabalhador a melhorar a sua condição. “Para isso, é necessário que a pessoa tenha conhecimento da sua vida financeira, através do acompanhamento mês a mês, sabendo o que entra de dinheiro, o que sai, para onde vai, quais são suas dívidas e quais são seus objetivos de curto, médio e longo prazo”, orienta.
Diante dessas informações, os especialistas explicam que é possível estabelecer prioridades para o uso do dinheiro. Confira a seguir!
Para quem está inadimplente, o recurso pode ajudar a sair dessa situação, limpar o nome e recuperar o crédito.
“É importante começar por aquelas dívidas que estejam atrasadas e que tenham juros mais altos, como o cartão de crédito, que deve ser pago em sua totalidade e não apenas o parcial”, alerta Jacob.
Segundo ele, é recomendável negociar as dívidas junto aos credores. “O trabalhador também deve prestar atenção nos diversos Feirões Limpa-nome; que as lojas e instituições fazem no final do ano.”
Para quem tem dívidas em aberto, mesmo que não estejam atrasadas, o dinheiro pode ser usado para quitá-las, desde que não prejudique os demais compromissos financeiros, segundo os especialistas. O adiantamento e a realização de pagamentos à vista ajudam a pleitear descontos.
Esta também é uma opção para usar o 13º salário, mas é preciso cautela. “O ideal é agir, neste momento, de acordo com o padrão de vida, respeitando o orçamento”, ressalta Domingos.
Para isso, ele orienta a fazer uma lista de pessoas que serão presenteadas, pesquisar preços e priorizar promoções. “Após o Natal, é comum haver liquidações e promoções, portanto se puder deixar para presentear neste período, encontrará bons preços.”
Poupar significa guardar o dinheiro para usá-lo depois. “Sempre é uma boa alternativa, desde que a pessoa já tenha as demais situações resolvidas: necessidades básicas atendidas, dívidas pagas, reserva de emergência”, exemplifica Jacob.
O especialista lembra que o início do ano reserva despesas extras como IPTU, IPVA, uniformes, matrícula e material escolar. Guardar o 13º pode ser uma solução para os gastos extras em janeiro.
Quem está com as contas no azul pode destinar o dinheiro para investir, o que significa fazer o dinheiro poupado render. O aconselhável é que o primeiro investimento tenha como objetivo a criação de uma reserva de emergência. Quem já a possui pode buscar diversificar a carteira.
Diante da alta da Taxa Selic, os produtos de renda fixa como o Tesouro Direto e o CDB com liquidez diária estão mais atrativos. Quem tem o interesse em dar os primeiros passos na renda variável pode optar pelos fundos imobiliários para investir, considerados opções mais seguras em comparação com outros ativos.
Jacob destaca a importância de estudar cada modalidade de aplicação. “Antes de qualquer tipo de investimento, é necessário um estudo aprofundado para garantir a segurança. Hoje existem diversos materiais disponíveis na Internet, assim como especialistas que falam sobre o assunto em uma linguagem didática e de fácil entendimento.” Domingos avalia que investir pode ser o primeiro passo para que 2022 seja um ano de realizações. “O ano de 2021 foi difícil, mas isso não pode fazer com que deixemos de sonhar.”
A lei define que o 13º salário pode ser pago em uma ou duas parcelas. A primeira parcela pode ser paga entre os dias 1 de fevereiro e 30 de novembro do ano vigente e corresponde à metade do valor do 13º do funcionários.
Assim, o prazo final para o pagamento da primeira parcela é sempre no último dia de novembro. Os funcionários podem solicitar que este pagamento seja adiantado e realizado juntamente com suas verbas de férias. É muito comum, inclusive, que as empresas paguem a primeira parcela do 13º junto com o adicional de férias.
Já a segunda parcela do 13º salário é aquela que totaliza o pagamento integral desta verba e deve ser paga até o dia 20 de dezembro do mês em exercício. Todas as alterações salariais e impostos trabalhistas devem ser devidamente considerados no momento do cálculo do 13º salário.
E, como você já deve saber, muitas empresas têm dificuldades para organizar o pagamento do 13º salário porque não sabem exatamente quantos dias o funcionário faltou ao trabalho ou quantas horas extras devem ser pagas em adicional à esta remuneração e esse tipo de problema pode causar uma grande dor de cabeça tanto para os gestores quanto para os funcionários.
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